Texto escrito pelo meu irmão, Guilherme Azevedo, em homenagem a nossa mãe, Arlette Azevedo.
Arlette de Azevedo (07/01/1944 – 10/06/2006)
* Por Guilherme Azevedo
A Arlette de Azevedo cuidou de colocar a Datamidia na mídia por mais de 6 anos. Não por acaso o período em que a empresa se tornou grande e admirada, uma referência. Muito pelas mãos da nossa "amiguinha", como ela chamava carinhosamente a todos, com a variação do gênero "amiguinho", a Datamidia virou celebridade. Se o nosso capitão Aurélio Lopes levantasse a taça, a camisa por debaixo revelaria: "100% Arlette".
Era bom de olhar a Arlette trabalhando. E como trabalhava a Arlette ("Arlette com dois tês", como sempre frisava). Bengalinha de madeira clara numa mão, “bombinha” para a constante falta de ar na outra mão, a amiguinha Arlette marchava à marechal pelos corredores da Datamidia e passava todos em revista: "Hei, amiguinho, tem alguma coisa pra divulgar?"; “Ô, amiguinha, cadê o artigo que eu te pedi pra divulgar?”; "Cadê a minha foto, amiguinho?!". O negócio dela era divulgar, e como divulgava bem a Arlette. Dava gosto. Datamidia na mídia todo dia, no e-mail da gente cada uma das novidades. Era a maior "spammer" da agência.
Às vezes, de ansiosa, ou apenas de ciosa que era, em cinco minutos, pela sétima vez ao telefone comigo: "Já revisou meu texto? É urgente! É urgente!". Era realmente tudo urgente para a Arlette. Era tudo para agora. Foi a primeira funcionária que conheci que funcionava em tempo real, on-line. Sistema 24/7.
Comemorava cada notícia publicada como um gol de placa. O último deles, feito do leito do hospital: "Hoje consegui um milagre. Publiquei daqui o artigo do "homem" (o Aurélio) na Gazeta Mercantil". O hospital se transformara em sua central de divulgação.
Arlette de Azevedo dava a receita do sucesso: "A gente tem que se reinventar". E Arlette reinventou-se a vida toda, para poder continuar. Foi ela, uma senhora com mais de 60 anos, quem me apresentou e ensinou a usar, por exemplo, os "Alertas do Google". Tudo era possível para a incansável Arlette. Além disso, casou-se e criou três filhos.
Até o último instante ela correu. A freqüência cardíaca no monitor, constante: "166". Mas Arlette de Azevedo precisou descansar, ainda que à revelia. Se consultada, certamente diria um de seus famosos bordões: "Ah, me poupe!".
E, engraçado, Arlette de Azevedo acabou ela mesma virando notícia.
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