A magia na tipografia de uma fonte


* Por Alexandre Azevedo



A tipografia é o estudo dos tipos gráficos de fontes. Paixão de designers, possui suas histórias fascinantes, polêmicas e é capaz de transmitir emoções e mensagens marcantes. O desenho das letras que formam as palavras que você está lendo, por exemplo, é o resultado de estúdios exclusivamente dedicados à criação de fontes. 
Fontes têm o poder de comunicar sentimentos, direção e emoções. Podem tanto ajudar alguém a encontrar seu caminho numa estação de trem quanto determinar a qualidade de um produto a partir da sua embalagem. Na maior parte dos casos, um design mal desenvolvido se destaca muito mais que algo bem criado.

Criado pelo designer coreano Ji Lee, o projeto “Word as Image” destaca a força que a tipografia possui no design. Ji Lee cresceu em São Paulo, no Brasil, e agora vive e trabalha em Nova York. Seu manifesto sobre o trabalho diz:



“Quando somos crianças, descobrir as letras é uma diversão.
Nós brincamos com elas em nossas mentes.
Nós colorimos elas em livros.
Nós dançamos e cantamos até que letras se transformam em palavras. Palavras se transformam em frases.
Frases se transformaram em pensamentos.

E com o tempo, paramos de brincar com elas.
O projeto “Word as Image” apresenta a magia e nos ajuda a lembrar como é divertido usar a imaginação através das formas das fontes.”


Ji Lee, autor do projeto "Word as Image".



As fontes célebres na 
história do design gráfico.

Arial

Ela está em todo lugar! É a mais comum para os usuários de PC ou Mac. A Arial é conhecida entre os designers gráficos pela sua semelhança com um tipo bastante famoso na história do design moderno, a Helvetica da Linotype. No entanto, são comuns as críticas à Arial que atribuem-lhe um papel de "cópia inferior da Helvetica". De fato, porém, a Arial é inspirada no desenho de uma outra fonte, a Akzidenz Grotesk (a qual também serviu de inspiração ao desenho da Helvetica).

Comic Sans MS

Comic Sans ou Comic Sans MS é uma tipografia/fonte digital da Microsoft Corporation desenhada para imitar as letras de uma histórias em quadrinhos (comics em inglês) para situações informais. Foi criada pelo desenhista da casa Vincent Connare em 1994 e foi adicionado ao sistema Microsoft Windows desde o surgimento do Windows 95. É até hoje uma das tipografias mais famosas da Microsoft


Futura

Futura é uma família tipográfica sem serifa e considerada como um dos símbolos do modernismo no design gráfico. A fonte foi desenhada em 1927 por Paul Renner baseado em princípios rigidamente geométricos, inspirada nos ensinamentos da Bauhaus. A Futura foi uma das fontes mais populares do século XX, especialmente nas décadas de 1950 e 60 devido à sua limpeza e impacto. Apesar disso, o tipo não é indicado para textos longos (especialmente textos literários como romances) devido ao cansaço de sua leitura prolongada. De qualquer forma, a fonte ainda é bastante eficiente em identidades corporativas, títulos etc. Empresas como Volkswagen e Shell, por exemplo, fazem uso extenso da Futura. O diretor Stanley Kubrick também é conhecido por fazer vasto uso desta família tipográfica em seus filmes.

Garamond

Por conta de sua boa legibilidade, fontes ao estilo de Garamond são populares e muito usadas na composição de texto corrido. A palavra Garamond refere-se aos tipos originais baseados na escrita de Claude Garamond para sua tipografia em, aproximadamente, 1530. A Garamond divide com a Times New Roman o posto de fonte serifada mais popular do mundo (sendo o tipo serifado mais utilizado na França, seu país de origem).


Helvetica

É uma fonte tipográfica sem serifa e considerada como uma das mais populares ao redor do mundo. Foi criada em 1957 pelos designers Max Miedinger e Eduard Hoffmann. Devido às preocupações que originaram seu desenho, é uma das fontes mais associadas ao modernismo no design gráfico.
Miedinger quis desenvolver uma nova tipografia que pudesse competir com o aclamado Akzidenz-Grotesk no mercado Suíço. Originalmente batizado de Neue Haas Grotesk, seu design foi baseado no Schelter-Grotesk e Normal Grotesk da Haas. O objetivo do novo design foi de criar uma tipografia neutra, clara e sem significados intrínsecos na sua forma, além de poder ser usado em uma gama de sinais.
Em 1960, o nome da tipografia foi alterada pela empresa alemã filiada da Haas', Stempel, para Helvetica. A ideia inicial era que a fonte se chamasse Helvetia (nome da Suíça em latim). Entretanto, consideraram muita pretensão batizar uma fonte com o nome de uma nação. Dessa forma resolveram alterar o nome para Helvetica (de Confœderatio Helvetica) para que tivesse um alcance maior no marketing internacional.

Times New Roman
A Times New Roman é uma família tipográfica serifada criada em 1931 para uso do jornal inglês The Times of London. Hoje é considerada o tipo de fonte mais conhecido e utilizado ao redor do mundo (em parte por ter sido adotado, ao longo dos anos, como fonte padrão em diversos processadores de texto). Seu nome faz referência ao jornal (Times) e também a uma releitura das antigas tipografias clássicas (new roman).

Univers

A Univers é considerada um dos símbolos máximos do modernismo no design gráfico. Junto da Helvetica, foi uma das fontes mais utilizadas nos mais diversos trabalhos. A Univers é bastante similar à Helvetica (a maioria dos tipos são praticamente idênticos para a maioria das pessoas) embora a primeira seja mais dinâmica que a última (diz-se que existia uma discórdia entre partidários da Helvetica e da Univers). A letra a minúscula é a principal diferença entre as duas famílias.
A Univers teve grande popularidade nas décadas de 1960 e 70, tornando-se, para muitos designers, a fonte sem serifa, por excelência. Foi usada por diversas empresas, entre elas a Swiss International Air Lines e o Deutsche Bank, e para uso cotidiano ao redor de todo o mundo. A Apple Inc. costuma usar todas as variantes itálicas desta fonte nos teclados de seus computadores. O metrô de Paris também faz uso intenso da Univers.























Escolha de fonte para apresentações corporativas (Fonte: www.soap.com.br)
A escolha de fontes também é importante. Em muitos casos, é aconselhável recorrer às chamadas fontes do sistema. São fontes-padrão que acompanham o sistema operacional Windows e, por isso, costumam estar disponíveis em qualquer computador em que tiver de abrir a sua apresentação. Se utilizar uma fonte menos usual e inserir o seu ficheiro num computador que não tenha essa fonte instalada, o sistema substituirá automaticamente por outra fonte, gerando, por vezes, perdas de formatação e prejuízos para o visual como um todo.Entre as fontes de sistema disponíveis, a Arial e a Helvetica são ótimas opções e permitem uma excelente leitura. Os tipos Trebuchet Century Gothic também são adequados, especialmente para quem queira fontes que se diferenciem das comuns. No caso de utilizar o Century Gothic tem de optar, no mínimo, pelo tamanho 20, para garantir a legibilidade.



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